17.4.16

As tuas músicas são tristes...

- As tuas músicas são tristes - disse-me.

Quando a alegria não te cabe no peito, tu não escreves. Sais, ligas aos teus melhores amigos, dás um beijo a alguém especial, abraças a troco de nada. Ou de tudo, vai-se lá saber. Dás gargalhadas, sorris a desconhecidos, dás bons-dias emotivos e boas-noites cheias de esperança. Vês o azul no meio das nuvens cinzentas, vês o vento como um sopro não como mau tempo. Quando a alegria não te cabe no peito, vives! Nem tão pouco te achas com tempo para escrever. A escrita é egocêntrica, ilusória e (sobre)vive de sonhos. Quando escreves balanças entre a ficção e a realidade, dás um chega pra lá ao mundo que todos conhecem. Escrever é tudo o que precisamos às vezes. Escrever é o que tenho feito. E as palavras podem ser certamente como as minhas músicas, mas a tristeza - respondi-lhe - está nas pessoas.


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