24.11.16

Saímos da nossa zona de conforto para a voltar a criar.




Saímos da nossa zona de conforto para a voltar a criar. Tornamos quente uma casa que não é nossa, vestimos a camisa que não nos pertence, mudamos os lençóis de uma cama que ainda se está a dar a conhecer. Entramos à socapa por não saber se aquele chão vai fazer barulho – há uma tranquilidade que não queremos ser nós a estragar. Para além da janela parece tudo tão longe, mas por vezes ainda dói ter consciência de que os medos ainda continuam ali, de que os estragos ainda podem vir, e que as paredes nem sempre são suficientes para nos proteger do abalo. Cada divisão traz picos emocionais e não há uma em que a determinada altura não te faça chorar. O desconhecido é assim, até ser conforto é instabilidade. E nunca sabes por quanto tempo será aquela a tua morada. Até que começas a conhecer o truque de todas as portas, o jeito da almofada que te apoia a cabeça enquanto dormes – quando já consegues dormir, o som de quando alguém se aproxima e bate à porta. Que só abres quando tens a certeza que quem vem, mesmo que possa não ser tudo aquilo que sonhaste, é naquele momento tudo aquilo que te faz bem. 

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