14.5.16

Há perdas e perdas.


Há perdas e perdas. Há as que nos atiram para o chão e nos pressionam contra ele até sermos mais fortes e capazes de levantar. E há aquelas que nos matam em vida, nos tiram tudo o que é vital e nessa impossibilidade obrigam-nos a continuar a respirar. Quando senti que te estava a perder o destino encarregou-se de me mutilar em compasso lento até à alma. Quando partiste e me obrigaste a acreditar numa outra vida para não aceitar a realidade de jamais te encontrar de novo, olhei-te uma última vez e saí daquele quarto a par de uma luta inglória por saber que tinha feito tudo exceto o que mais importava. Saí daquele quarto e já do lado de fora sentei-me no banco gelado, numa noite de orvalho, pronta a sobreviver. Enquanto me despedia falei com as estrelas:

- É nestas alturas que gostava de ter um vício.

- E tens. A dor também vicia.

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